Estudantes pedem auxílio no transporte para faculdades da região

Estudantes universitários reivindicaram, da Tribuna, apoio no transporte para instituições de ensino da região durante audiência pública na terça-feira (13/06). Eles representam a Associação dos Estudantes Paraisenses (AEP), que conta hoje com 336 associados e realiza diariamente o transporte para Franca, Batatais e Passos.

O presidente da AEP e estudante de Direito na Universidade Estadual de Minas Gerais - UEMG, em Passos, Ryan Chaves, ressaltou que a associação é administrada pelos próprios estudantes e relatou as dificuldades enfrentadas. "Temos extrema dificuldade financeira para fazer trajeto para o sonho da formação profissional. Hoje, nossos associados pagam mais de 30% de um salário mínimo, chegando às vezes a 40%, para fazer apenas o uso do transporte para se deslocar até a sua universidade em outra cidade. Não estamos pedindo transporte de graça, como acontece em outras cidades, por exemplo. Pedimos, simplesmente, uma ajuda, seja combustível, ajuda com dinheiro, cessão de equipamentos, funcionário, ônibus, o que for...".

Também utilizaram a Tribuna Thaynara Fernandes, secretária da AEP que estuda em Batatais, e Pedro Henrique Maciel. Ele pontuou que a associação está ativa há três anos, e há um está com a documentação regularizada, o que permite apoio do poder público. "Fazem três anos que nós estamos rodando sem subir um real na mensalidade dos alunos. Estamos nos virando do avesso com a ajuda dos prestadores de serviço. Os alunos tem gasto não só com a mensalidade da faculdade, não só com a mensalidade do ônibus, mas também com alimentação na faculdade, seus materiais, livro... Um salário mínimo não paga isso. Com o CNPJ em mãos, acho que vai ser mais fácil a gente formalizar essa parceria. Espero imensamente a compreensão e a ajuda de todos não pela associação, mas pelos alunos que são o futuro do desenvolvimento da nossa cidade", disse o estudante.

Vereadores manifestam apoio aos estudantes

O vereador Pedro Delfante lembrou que contou com apoio de custeio de combustível para conseguir concluir seu curso de graduação fora da cidade. Disse que as reivindicações serão levadas à Prefeitura. "Vocês estão querendo algo legítimo, correto, que vocês expuseram de forma muito clara: pode ser apoio no combustível, custeio do motorista do transporte e outros insumos dessa". Maria Aparecida Cerize reforçou que será solicitado ao Executivo prestar algum tipo de auxílio à associação da forma que for legalmente e financeiramente possível.

O vereador Vinicio Scarano defendeu que o convênio entre a Prefeitura e a AEP é juridicamente viável e necessário. "É preciso auxílio do poder público para manter mais de 300 cabeças pensantes do nosso município que vão se formar e se tornar profissionais aqui. Temos que exigir para que conste no orçamento do nosso município esse tipo de auxílio. Vamos tentar fazer esse convênio funcionar esse ano ainda".

Luiz de Paula lembrou os problemas ocorridos até a montagem dessa nova associação de estudantes e manifestou seu apoio à causa. Já o vereador Sergio Gomes reafirmou que outras cidades já disponibilizam transporte gratuito para alunos que estudam fora. "Esperamos que agora realmente o município possa dar uma esperança para vocês porque a luta foi grande e até hoje nós não tivemos sucesso".

O presidente José Luiz das Graças afirmou que, quando o subsídio existiu na cidade, já era uma luta dos vereadores a redução do valor da mensalidade do transporte. "Que nós possamos buscar o melhor caminho. Precisa se criar critérios para realmente beneficiar o estudante, garantir condições de ter um valor de transporte mais barato,  mesmo porque esse é um dinheiro sofrido para cada estudante". Durante a audiência pública, ele solicitou que essa subvenção constasse na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, questionando a viabilidade disso ao secretário municipal de Planejamento de Gestão, José Henrique Pádua.

O secretário, presente na audiência, respondeu que todo bom projeto, como o auxílio aos estudantes, é viável - desde que seja legal. Visto que a AEP já está formalizada e possui CNPJ, "o primeiro passo é levar ao conhecimento do prefeito todas essas demandas, como quantidade de alunos e de cursos que são atendidos", indicou ele, informando que é do interesse do prefeito agendar uma reunião com a associação para viabilizar um convênio. Ele informou ainda que o incentivo ao ensino superior já consta na LDO, então basta formalizar o convênio e destinar parte do orçamento para atender a essa reivindicação.