1º Período Legislativo - 38ª Legislatura - 2021-2024
Data: 12/04/2021
A palavra "união" permeou o discurso de todos os representantes do Poder Público presentes na audiência pública do último sábado (10), realizada pela Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso para tratar sobre a situação da Covid-19 na região. O tema principal foi o retorno à onda vermelha e a reabertura do comércio. Nesta segunda-feira (12), o governo estadual aprovou o avanço para a onda vermelha das microrregiões de São Sebastião do Paraíso e Guaxupé, entre outras, após avaliação de indicadores como taxa de incidência da doença e ocupação de leitos.
Participaram do encontro autoridades de São Sebastião do Paraíso, Cássia, Jacuí, Pratápolis, São José da Barra, São Tomás de Aquino, a assessoria do deputado estadual Antonio Carlos Arantes, além de cidadãos. O presidente da Câmara, Lisandro Monteiro (SD), considerou muito positiva a reunião, apesar do agendamento em um curto espaço de tempo. "Fui procurado por vários comerciantes e, na quinta-feira à tarde, pensei em unirmos forças. Em menos de 24 horas convidamos 22 municípios para a reunião - muitos não puderam vir por ter sido agendada de última hora. Mas estive em contato com vários vereadores e prefeitos, fizemos um grupo de presidentes da Câmara para continuar as conversas sobre esse e outros assuntos", disse.
Ao final da reunião, todos os presentes assinaram ofício que será enviado ao governador de Minas Gerais Romeu Zema, ao secretário de estado de Saúde Fábio Vitor e aos deputados estaduais. Segundo o documento, o mais importante é a garantia da vida de todos, mas "o melhor caminho não é o fechamento do comércio e das atividades consideradas não essenciais, mas sim a conscientização, fiscalização e punição dos transgressores".
Além de repudiar o desrespeito às regras de contenção do vírus da Covid-19, a Casa Legislativa paraisense ratifica o compromisso com aqueles que não podem trabalhar e perderam o seu sustento. "É preciso encontrar uma saída alternativa que garanta proteção à saúde dos munícipes, mas permita que as atividades que garantem o sustento de milhares de pessoas sejam levadas em conta, haja vista que garantir o 'pão de cada dia' na mesa das pessoas também é essencial". O documento encerra com o compromisso de cada município se esforçar para punir, fiscalizar e garantir a todos acesso à saúde e proteção.
Manifestações
Diversos presentes usaram a Tribuna para manifestar sua opinião. Muitos citaram que o momento é de deixar de lado divergências políticas e ressaltaram a necessidade de se ter empatia, como a prefeita de Jacuí Maria Conceição Pereira. Defendeu-se que o governo estadual deve avaliar individualmente cada município ou macrorregião, em vez de decretar onda roxa em todo o estado, como pontuou o vice-prefeito de São José da Barra, Andre Luiz da Silva. Também foi comum a fala de que o comércio e outras atividades são essenciais na medida em que garantem a renda de muitas famílias.
O vereador de São José da Barra, José Antônio Bícego, afirmou que é preciso encontrar meios de ajudar os empresários e profissionais informais. "A situação é complicada, temos que prezar por tudo, pela vida, pela economia e olhar a situação como um todo; ninguém está tendo lazer, aquela reunião de família porque estão todos com medo". Além de pedir a conscientização da população, o presidente da Câmara de Jacuí, João Jorge Oliveira, disse que "o governador precisa se conscientizar de que precisamos de mais vacinas, não fechar comércio porque isso não vai solucionar nada. Precisamos é vacinar a população."
O prefeito de São Tomás de Aquino, Daniel da Silva, falou que as administrações públicas estão sem respaldo: "o governo simplesmente impôs [a onda roxa], não deu outra solução, não deu recurso para auxiliarmos as famílias, os pequenos comerciantes". O vereador de Jacuí Messias de Macedo relatou sua experiência ao contrair a Covid-19. Ele defendeu que não houvesse a cobrança de água e luz das pessoas de baixa renda. "A fome vira pandemia, a fome vira coronavírus porque ela enfraquece as pessoas".
O presidente da Câmara de Cássia, Henrique Fernandes Neto, fez coro às demandas e solicitou que elas cheguem aos deputados estaduais. "Não tivemos trabalho firme e importante do governo de conscientização da doença, só se preocupou em fechar comércios e cobrar impostos em dias. Não lançou nenhum plano para ajudar os pequenos, os microempreendedores, os autônomos...".
O deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PSDB) foi representado pelo assessor parlamentar Bruno Lemos. Ele informou que nesta semana foram liberados recursos estaduais para que a Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso compre equipamentos a fim de instalar 10 novos leitos de UTI e 20 novos leitos de enfermaria destinados aos pacientes com Covid-19. O deputado também trabalha em propostas para parcelamento e exclusão de dívidas de comerciantes.
São Sebastião do Paraíso
Também esteve presente no encontro o prefeito municipal de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais. Ele opinou que brigas políticas atrapalham o combate ao vírus e deixam a população sem orientações. "O governo anuncia em Belo Horizonte que começou a vacinação acima de 60 anos, mas em Paraíso estamos na faixa de 68 anos. O povo cobra da gente a vacinação sendo que não tem doses".
Assim como os demais, ele faz questionamentos sobre o que deve ser considerado atividade essencial, comparando os pequenos comerciantes com as grandes magazines, que funcionam como correspondentes bancários. Também criticou a implantação da onda roxa em todo o estado: "Jacuí e São Tomás de Aquino têm que seguir a onda roxa sem nenhum caso [de Covid-19]. Paraíso tem que seguir a onda roxa, mesmo com indicativo de onda verde". Ele agradeceu à Câmara Municipal no apoio ao enfrentamento da pandemia e disse que a reunião mostra unidade e preocupação com as atividades dos pequenos negócios.
O vereador José Luiz das Graças (PRB) ressaltou a defesa da saúde e do trabalho: "respeitamos aquilo que foi imposto com a onda roxa, porém, não concordamos em tirar o direito do trabalho e de trabalhar. Entendemos que estas pessoas estão sem rumo e solicitamos o reconhecimento que toda atividade de trabalho é essencial para a vida. Nesse momento, também imploramos ao governo por vacina para todos".
Maria Aparecida Cerize se manifestou contrária ao lockdown e destacou os impactos para o comércio, escolas, aumento de violência contra vulneráveis, desemprego e fome. Ela considerou a reunião como um movimento muito positivo para mostrar ao governo que a população não concorda com a forma que a pandemia está sendo conduzida. "Precisa ficar claro que a vacinação não é a solução total, mas ela é a solução viável para diminuir o número de internações nas UTIs, que é o grande problema que temos hoje".
Marcos Antonio Vitorino (PSC) e Luiz de Paula (PP) também se manifestaram a favor da união de Legislativo e Executivo e da abertura das atividades comerciais. Lisandro Monteiro encerrou dizendo que a reunião foi o pontapé inicial para um movimento maior de integração regional e que possa gerar novos encontros no futuro.
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