Junho Lilás é iniciado na Câmara

A sessão ordinária da Câmara Municipal de hoje (2), a advogada voluntária do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher - CMDM, Dra. Maria do Carmo Lopes Bassetto, fez uso da Tribuna Livre para falar sobre a cultura do estupro e pedir o apoio dos vereadores na luta das mulheres contra a violência, fruto do machismo enraizado em nossa sociedade.
"A cultura do estupro é violenta e tem consequências sérias. Ela fere os direitos humanos, em especial os direitos humanos das mulheres. E a forma de combatê-la é por meio da conscientização dos homens e meninos de que precisam parar de uma vez por todas com esse tipo de comportamento", afirmou Dra. Maria do Carmo.
Ela divulgou estatísticas alarmantes: no Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos; uma mulher é estuprada a cada 11 minutos; e a cada hora e meia, uma mulher é morta, pelo simples fato de ser mulher. 
Ainda de acordo com a advogada, os números, no entanto, são reconhecidamente subnotificados e podem ser até dez vezes maior. Estima-se que, por ano, mais de meio milhão de mulheres e meninas tenham sofrido algum tipo de violência sexual. A proporção, então, seria de quase um abuso por minuto.
Após sua fala, os vereadores manifestaram apoio à causa e receberam um laço lilás, símbolo do Junho Lilás, mês de luta e conscientização. As falas foram sensíveis à questão, mostrando que os vereadores paraisenses estão inteirados dos problemas, sobretudo a respeito do caso mais recente e amplamente divulgado, o estupro coletivo de uma adolescente do Rio de Janeiro. A vereadora Dilma Oliveira, única mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Legislativa, mencionou projetos de leis de sua autoria, um que prevê desembarque seguro de mulheres dos ônibus no período noturno e o outro que prevê a criação da Casa Abrigo da Mulher vítima de Violência.